Na incubadora com... Luísa Matos
Na incubadora com... | 10-02-2025
Para a décima oitava edição do segmento “Na incubadora com...” estivemos à Conversa com Luísa Matos, CEO da Cleanwatts.
No âmbito do projeto Green+, a Cleanwatts e a SANJOTEC juntaram-se para criar a primeira Comunidade de Energia Renovável com estas características específicas num Parque de Ciência e Tecnologia em Portugal.
A Cleanwatts é uma empresa climate tech focada em melhorar a relação da sociedade com a energia, onde ela é mais necessária: localmente. A Cleanwatts tem como missão potenciar a transição energética através da gestão de ativos energéticos locais, permitindo assim tirar mais partido das energias renováveis e de cargas flexíveis, rumo a um futuro sustentável.
P: Qual é o impacto que a Cleanwatts se propõe a criar na transição energética do país?
R: Na Cleanwatts, temos muito presente na nossa visão aquilo que será o futuro da energia no país e no mundo, bem como como poderemos contribuir para acelerar a transição energética. Por isso mesmo, todos os dias asseguramos que fazemos parte da construção do futuro da energia sustentável. Somos uma climate tech focada em melhorar a relação da sociedade com a energia, onde ela é mais necessária: localmente. A nossa missão é potenciar a transição energética através de uma gestão mais inteligente dos ativos energéticos locais, permitindo assim tirar mais partido das energias renováveis e de cargas flexíveis. Acreditamos que poderemos acelerar a transição energética através da criação e gestão de Comunidades de Energia Renovável (CER) e projetos de autoconsumo coletivo (ACC): disponibilizamos um marketplace local para gestão da partilha de energia onde ligamos produtores a consumidores, simplificando todo o processo, num modelo de energia como um serviço.
No centro da nossa oferta está o Cleanwatts™ OS, sistema operativo desenhado especificamente para gerir a partilha de energia e otimizar os benefícios e poupanças para os nossos clientes gerindo todos os seus ativos energéticos, incluindo centrais de produção, baterias e carregadores de veículos elétricos. O Cleanwatts™ OS é uma plataforma modular, interoperável e localizável, que opera na cloud e permite a conectividade perfeita desses ativos energéticos da comunidade para a sua otimização, possibilitando uma maior eficiência energética, resiliência da rede e a gestão das transações nos mercados locais de energia.
P: O que significa a criação de uma Comunidade de Energia com a SANJOTEC?
R: Estamos a falar de um projeto com características únicas no país, uma instalação pioneira num Parque de Ciência e Tecnologia em Portugal, que irá contar com uma central fotovoltaica de mais de 260 kWp, instalada na cobertura da SANJOTEC. Quando olhamos para os efeitos práticos desta instalação, esta vai traduzir-se em mais de 700 mil euros de poupanças para a SANJOTEC durante a vida útil da instalação. Mas uma das grandes vantagens dos projetos de autoconsumo coletivo nos trazem, é a possibilidade de aumentar a produção local de mais energia do que aquela que é necessária para o consumir principal, neste caso, a SANJOTEC. Esta central fotovoltaica irá produzir ainda energia excedente, que será partilhada com 40 famílias e negócios locais que queiram aderir. A tarifa reduzida da energia partilhada com membros irá permitir 20 mil euros de poupanças acumuladas para a comunidade local, durante a existência deste autoconsumo coletivo.
Quando olhamos para toda a energia que será produzida e consumida localmente, o impacto ambiental é notório: anualmente, a SANJOTEC e os membros que aderirem a este autoconsumo coletivo vão contribuir para evitar a emissão de 80 toneladas de CO2 para a atmosfera. É sempre um momento especial para toda a equipa da Cleanwatts quando encontramos parceiros que estão alinhados nesta visão de futuro, que refletem uma visão de sustentabilidade, eficiência energética e impacto comunitário que é necessário replicar e escalar.
P: Na Cleanwatts, acreditam que a transição energética pode ser uma oportunidade para as empresas se tornarem mais competitivas. Como?
R: As Comunidades de Energia Renovável e os projetos de autoconsumo coletivo, juntamente com uma maior digitalização e eletrificação das empresas, estão a ter um enorme contributo em contrariar mais um mito muitas vezes atribuído à transição energética: produzir e consumir energia limpa, tornando-se mais “verdes”, não precisa de trazer um enorme encargo financeiro para as empresas. Estas Comunidades, desenvolvidas sem a necessidade de investimento inicial por parte dos principais consumidores da energia produzida, tornam-se uma fonte de poupanças que, ao mesmo tempo, projeta as empresas no futuro de uma economia verde e sustentável. Não podemos esquecer que os custos energéticos são, e sempre serão, uma fatia importante da despesa de qualquer empresa. As significativas poupanças acumuladas asseguradas pela instalação de uma central fotovoltaica abrem a porta ao investimento estratégico e à atração e captação de talento que permitem às empresas portuguesas manterem-se competitivas num mercado volátil, e com os olhos postos em metas ambientais e de desenvolvimento sustentável. Afirmamo-nos com os parceiros dos que procuram ser os próximos líderes de mercado “verdes”.
