Na incubadora com... Lurdes Gramaxo
Na incubadora com... | 07-11-2024
Para a décima quinta edição do segmento “Na incubadora com...” estivemos à Conversa com Lurdes Gramaxo.
Após uma carreira de mais de 20+ anos como administradora de um grupo empresarial multinacional do sector industrial, têm -se dedicado, desde 2015 e em exclusividade, ao investimento early stage, como partner e executive board member, da Bynd Venture Capital (ex. Busy Angels SCR). Adicionalmente e desde 2021, é presidente da Investors Portugal – Associação Portuguesa dos Investidores em Early Stage.
P.: A Investors Portugal congrega business angels, sociedades e fundos de capital de risco, investidores corporate, aceleradoras, incubadoras e plataformas de crowdfunding. Atualmente qual o número de empresários, entidades entidades gestoras de fundos, representam e qual o valor de investimentos sob gestão?
R..: A Investors Portugal, Associação Portuguesa dos Investidores em Early Stage em Portugal, fundada em Maio de 2021, tem por missão congregar e representar todo o sector de investimento em early-stage em Portugal. Atualmente, representa mais de 300 Business Angels e mais de 28 Venture Capitals e Entidades Veículo que, no seu conjunto, representam mais de 3.000 milhões de euros de investimento neste setor e detém mais de 600 startups nos seus portfolios.
A Investors Portugal veio preencher um vazio existente no ecossistema early stage pelo seu posicionamento como representante de todo o tipo de investidores e o nosso compromisso de construir pontes entre todos os stakeholders, promovendo o networking e a colaboração entre todos. Estas têm sido as bases do crescimento da Associação e que sustentam o seu reconhecimento como umdos players de referência do sector
P.: Quais são os “drivers” que considera mais relevantes para impulsionar a captação de investimento, no “ecossistema empreendedor em Portugal”
R.: Os investidores nas fases precoces de desenvolvimento das empresas tipicamente olham para cinco critérios de avaliação – equipa, tecnologia/produto, mercado/concorrência, tração e numa fase posterior para os termos de investimento. Dentro de cada um destes critérios há fatores mais valorizados por uns investidores do que outros dependendo das suas teses de investimento. O processo de captação de financiamento por parte das start-ups deve ser sempre encarado como uma função prioritária pelos founders /gestão, deve ser conduzido ao longo de todo o percurso das empresas e não apenas quando estão nas vésperas de uma ronda de capital.
Atualmente, em Portugal, há maior facilidade de captação de investimento para o early stage que advém de uma conjugação de fatores conjuntural que os founders devem saber aproveitar em benefício do crescimento dos seus negócios.
P.: Em 2023, o capital levantado pelos empreendedores em Portugal sofreu uma quebra superior a 50% face aos quase 600 milhões de euros angariados em 2022, quais as perspectivas para 2024 e 2025?
R.: Segundo os resultados do Barómetro ao Investimento lançado pela Investors Portugal no final do ano passado, a maioria dos inquiridos estava mais otimista quanto á quantidade e ao volume de novos investimentos a concretizar em 2024, o que se tem vindo a confirmar pelos números entretanto conhecidos.
A disponibilidade de capital, em Portugal, para investir neste setor nos próximos anos é muito significativa, nomeadamente através dos chamados fundos SIFIDEe das calls lançadas pelo BPF e financiadas pelo PPR.
P.: Qual o futuro das políticas públicas para o investimento early stage em Portugal?
R.: O governo lançou, em junho último, o Programa Acelerar a Economia onde se encontram delineadas medidas importantes para potencial investimento early stage em Portugal. Dadas as atuais circunstâncias de equilíbrio de poderes, esperamos que se consigam encontram os consensos necessários para concretizar essas medidas e que definitivamente se implementam políticas públicas a longo prazo que não mudem ao sabor dos orçamentos de estado e aos partidos que a cada momento nos governam.
P.: Qual o apoio que as empresas sediadas na SANJOTEC podem obter junto da Investors Portugal?
R.: A Investors Portugal, como associação de investidores, tem todo o interesse em colaborar com as incubadoras/aceleradoras e centros de negócio que fazem parte do ecossistema early stage português, divulgando as suas actividades, as empresas incubadas e dando apoio na medida das nossas possibilidades. Há inúmeras formas possíveis de colaboração e estamos abertos a todos os desafios.
